domingo, 23 de setembro de 2007

Dimensões da globalização e suas causas


O conceito globalização surge na década de 90, é um conceito que evolui, provém de uma nova forma de referir-se ao conceito Interdependência, assim apelidado na década de 70, para fazer referência à existência de efeitos recíprocos entre os países e as regiões.

A globalização é então uma espécie de interdependência com características especiais, onde existem redes de conexões e estas são feitas a grandes distancias, sobretudo entre continentes, não apenas entre as regiões.

Deve então reter-se que a globalização não é um fenómeno apenas regional, local ou nacional, mas mundial.

Quando falamos em globalização, e pensamos nas suas dimensões, as que nos ocorrem mais facilmente são a económica e a sócio-cultural, mas autores como Keohane e Joseph Nye dão-nos uma nova perspectiva das dimensões da globalização.

Estes mostram que para além destas duas dimensões conhecidas por todos, temos a dimensão do meio ambiente e a militar, passando então a globalização a ter quatro dimensões.

Estas quatro dimensões nem sempre ocorrem ao mesmo tempo, mas relacionam-se.

Tomemos como exemplo o período de 1915 a 1945, que são os períodos vividos pelas sociedades entre as duas guerras mundiais.

Neste período a globalização económica reduz-se e expande-se a globalização militar, dando-se nesse período o desenvolvimento da área militar, o que permitiu uma grande revolução das tecnologias de informação possibilitando mais tarde a que globalização económica e sócio-cultural se voltasse a expandir.

Actualmente a globalização está profundamente enraizada no nosso dia a dia, isto deve-se essencialmente a três fenómenos, sendo eles, o aumento das redes de contactos com maior intensidade nas relações económicas, sociais e culturais. A revolução tecnológica é outro fenómeno que reduz o custo das comunicações, possibilitando a expansão das ideias mais rapidamente junto com costumes, praticas e crenças.

Por último temos o aumento da participação transnacional, onde o volume e a intensidade dos canais de contacto disponíveis para a comunidade cresceu tanto que os actores sociais podem coordenar as suas actividades de forma mais eficiente, dando origem ao aparecimento de mais organizações internacionais com maior participação dos actores sociais apesar destes se situarem a muitos quilómetros de distância.

Concluindo estes fenómenos levam ao que David Harvey chama de aniquilação do espaço e do tempo em geografia.

Ocorre a redução do tempo e o encolhimento do espaço. O mundo passa a ser um campo único, no qual o capitalismo pode actuar e onde os fluxos de capital se tornam cada vez mais sensíveis de vantagens relativas de determinadas localizações.

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