domingo, 23 de setembro de 2007

O caso Português



Falemos agora da globalização mas no que concerne ao nosso país.

Para falarmos de Portugal e da Globalização é fundamental fazermos referência a Boaventura Sousa Santos e António Barreto pois têm sido quem mais tem estudado o processo de globalização.

O incremento da globalização foi algo que só ocorreu nos últimos anos, pois não podemos esquecer que vivemos uma ditadura, que em muito contribuiu para o actual atraso que temos face aos outros países da União Europeia.

Durante a ditadura o nosso país era caracterizado por uma grande homogeneidade, pois esta determinava o modo das pessoas se comportarem, havia um elevado grau de analfabetismo, uma ausência de democracia e a existência de um estado centralizado.

O nosso sistema capitalista era débil, não tínhamos competitividade internacional.

Tínhamos uma forte incidência de pobreza numa sociedade dualista.

De acordo com António Barreto as mudanças não se situam após o 25 de Abril, mas antes no início da década de 60

Temos então nesta época uma conjugação de factores sociais e culturais, que levaram as desencadear das mudanças, nomeadamente a imigração para França. O impacto desta não se faz sentir apenas pela entrada de remessas monetárias mas também pela mentalidade que vai sendo moldada.

A progressiva abertura ao exterior, proporcionada pelos emigrantes é um dos principais factores de transformação social que contribuiu para o 25 de Abril.

Foi após o 25 de Abril que as mudanças se tornaram mais visíveis, apesar de já ocorrerem antes.

Segundo Wallerstein que efectuou uma análise das relações comerciais e cientificas que se estabelecem entre países do centro, de periferia e de semi-periferia, Portugal situa-se no centro, mas esta posição é apenas pela sua integração na União Europeia.

Segundo Boaventura Sousa Santos, Portugal é semi-periférico tem a imaginação do centro, isto é, temos as expectativas dos outros Europeus o que cria uma sensação de frustração por não podermos ter o mesmo nível de vida.

Para António Barreto, Portugal está na periferia do centro, ou seja, em termos políticos e culturais pertencemos à Europa e temos um consumo e mentalidade em tudo semelhante à Europa.

Isto quer dizer que Portugal tem um padrão de desenvolvimento intermédio, tem características que o aproximam dos países mais desenvolvidos e características que o aproximam dos países menos desenvolvidos.

Como já vimos no que concerne à Legislação, mentalidade, práticas e expirações de consumo, padrões, é igual aos países desenvolvidas, mas no que diz respeito ao nível de capacidade Industrial, técnica, produtiva e científica estamos próximos dos países em vias de desenvolvidos.

Em termos sociais em vez da homogeneização característica da época da ditadura, temos agora uma heterogeneidade, devido à forte entrada de estrangeiros no nosso país, passando o nosso país a ser receptor em vez de emissor.

Consideremos que nos últimos 30 anos o nível de vida dos Portugueses melhorou bastante, só que as desigualdades sociais aumentaram também, bem como a pobreza.

Desta forma consideramos que a globalização foi algo benéfico para o nosso país hoje vivemos em democracia e com uma acesso facilitado a todos os meios de informação, desde a Internet à televisão, o que nos faz ter padrões iguais aos do resto dos europeus, só que a nível social os efeitos não foram contidos e o aumento da pobreza e das desigualdades sociais fez-se sentir.

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